domingo, 20 de abril de 2008

Meu amor por duas rodas




vento no rosto..equilíbrio, coordenação..postura, noção espacial, rota, estrada, cuidado, reflexo..agilidade...perigo, atenção, liberdade , estilo, adrenalina educação, medo, velocidade, desafio, curva, ...isso é ser motociclista apaixonado...amo viver em duas rodas!!


Hoje vou contar um pouco dos momentos que passei com minhas motocas. Tenho 29 anos e experiência com moto desde os meus 18 anos. Minha primeira "moto", na verdade uma scooter, na época eu era hostess em um restaurante no jardins e estudava fotografia no Senac da lapa. Ia da minha casa ( perto do aeroporto de congonhas) até o curso trez vezes por semana...levava os equipamento fotográficos dentro do porta capacete...o curso terminava as 23:00 . Isso durou por um ano e meio e a motoquinha nunca me deixou na mão! Mas depois a vendi praticamente de graça..pelos excessos de multas. Primeira moto, primeira experiência com as leis de transito..achava que por ela ser pequena podia estacionar em cima da calçada, andar na contra mão...e por ai vai! rs

Por anos e anos tive apenas moto, não sabia andar de carro..tinha a rotina da faculdade, alunos do personal e trabalho hostess. Marginal Pinheiros e Av. 23 de Maio eram rotas do do dia-dia. Me lembro que muitas vezes colocava os motoboys pra correr...acelerava mesmo nos corredores...não tinha medo, mas hoje as coisas mudaram muito, sentir medo pra mim é questão de segurança e cuidado. E levar multas?? NUNCA mais! Sou uma motociclista muito educada!!

Lembro de uma viagem que fiz até litoral sul , eu e uma amiga tivemos a idéia de pegar estrada pela madrugada , arrumamos as coisas e bora...viajamos com uma Suzuki Intruder 250, mochilinha nas costas e sem medo de viver!!!!

Outra que a gente aprontava juntas..íamos muito em um lugar chamado Maria Joana, um lugar que tocava música anos 80. Eu a buscava em casa com minha moto Virago e seguíamos ao destino do Bar Dançante ..faziamos sucesso por lá...conhecidas como " as minas da moto" rs. O melhor de tudo era a volta pra casa, voltávamos sempre cantarolando músicas dos programas Silvio Santos... " Pedro de Laralalalá lala...." , " e a Sonia Lima lá lalalá lalá " riamos feito crianças. Oferecíamos carona nos Pontos de Ônibus como se fossemos uma "moto lotação"...Nossa, como era divertido....nessa época a gente solteira e nunca ficávamos com ninguém...o prazer da amizade, da aventura era muito mais divertido que estar acompanhada ou namorando. Pena que tudo isso mudou.

Teve tempos também que viajava muito pra Caraguatatuba, meu pai tinha casa lá...era delicioso pilotar pelas curvas da Tamoios e algumas vezes com amiga na garupa. Lembro que nas semanas de feriado...meus pais seguiam destino a praia de carro e eu de moto, eu saia mais tarde do que eles e chegava sempre antes. Eles sempre preocupados, mas já sabiam o quando moto em minha vida é importante!!

Outra viagem que não esqueço... Acordei em um sábado de inverno, tempo frio mas com sol , fui pra academia e enquanto corria na esteira..me veio uma vontade de pegar estrada....resolvi e fui....fui até Campos do Jordão..sem saber onde ficar, acabei por ficar em um Hotel no Mmorro do Elefante...foi delicioso viajar sozinha...e olha que voltei outras vezes para apenas um almoço e caminhada.

Meu primeiro acidente foi a caminho ao trabalho no shopping Iguatemi. Garoava e eu em plena Marginal Pinheiros com todo cuidado do mundo levei uma fechada de um caminhão, que me fez derrapar, cair . Acordei no Hospital das Clínicas, onde fiquei sabendo que havia "apenas" quebrado uma perna. Recuperação chata, me atrapalhou muito nas aulas práticas que tinha no meu curso de Educação Física. Mas mesmo assim, fazia todas aulas...pulando feito um Saci ( com uma perna só). Muitas vezes fui aplaudida por tanto esforço!! Ficava orgulhosa de mim mesma.

Segundo acidente, voltando de um bar chamado Rabo de Peixe, muitos motociclistas se encontravam lá. Começou a chover no meio do caminho d aminha volta pra casa...chuva forte..passei por um buraco que se escondia com uma poça d'agua. Fui por chão, comigo nada aconteceu, mas o guidão da moto ficou torto...voltei pilotando a moto enorme de uma amigo que me acompanhava e ele voltou com a minha. Confesso que foi a primeira vez que pilotava uma grande moto, senti muito medo de cair novamente, mas tudo deu certo!

Terceiro acidente, não existirá!!

Nossa, e a trilha que fiz em Campos do Jordão...esse dia passei por 6 horas trilhando caminhos desconhecidos...até que chegou a noite e precisei acender o farol....mas que farol??? A moto era alugada e fui descobrir que o farol não funcionava a hora que mais precisei...no meio de um caminho desconhecido e escuro . Esperei por muitos minutos um carro passar e fui o acompanhando até aparecer a avenida principal. Ufa!!!

Outra trilha que fiz , em Monte Verde, estava com um namorado..alugamos duas motos e nos aventuramos no meio das trilhas...desertas...sem placas....no meio do nada achamos um restaurante e comemos uma Truta fresca....continuamos a trilhar caminhos, nos perdemos ...mas achamos um linda Cachoeira, onde paramos pra descansar um pouco. Conseguimos voltar...mas que pena...se perder no deserto com o namorado é muito bom!! Recomendo.

Morei em los Angeles e lá viajei algumas vezes para San Francisco e Las Vegas em uma Moto Kawasaki ZX6. Passava por estradas com vista maravilhosa....o deserto de Nevada é exuberante, a paisagem de San Fracisco é hipnotizante. Mas a melhor aventura que passei com a moto em L.A. foi em um encontro de motociclistas que participei em Hollywood...haviam poucas mulheres......foi dada a largada em velocidade, mais de 50 motos , todas esportivas..seguimos pelas grandes avenidas quando, de repente percebi um movimento aflito....na verdade todos começaram a fugir da policia, fiquei sem entender e seguir também outro caminho...acho que era proibido essa movimentação pela noite...percebi que tinham muitos Mexicanos e Korianos no encontro. Até hoje não sei que diabos de grupo que fui me meter!! Doidaaaa


Tenho um amigo que tem uma Kawasaki ZX14. Em uma festa de aniversário em sua casa ele mostrou sua moto e me convidou pra dar uma volta.. na verdade eu não gosto de garupa, tenho muiiiito medo...sendo assim, ele deixou eu pilotar....foi maravilhoso e engraçado , os dois na tarde da noite , sem capacete, em uma linda e grande moto , ele na garupa...e ainda um detalhe, um cantor famoso, bem famoso. As pessoas olhavam assustadas sem entender a cena. Ver a cena do tal cantor em uma garupa de moto , com uma mulher no piloto??? Era realmente de chocar!! Mas não posso esquecer a emoção de pilotar uma ZX14.

Aqui em São Paulo passo por muitas aventuras, adrenalinas do transito. Posso dizer que tenho duas visões , do motociclista e do motorista de carro. Quando tinha moto e não sabia dirigir carro, também achava um absurdo o pouco caso e falta de cuidado dos motorista de carro, depois da minha prática no volante, pude perceber que existe sim um ponto no retrovisor..ponto falso..que dificulta a visão..os motoboys passam rapidamente..mudam de faixa de forma brusca...não dão passagem....são praticamente os donos dos corredores..chutam retrovisores...ameaçam as pessoas...mesmo sem razão por muitas vezes são agressivos. é uma verdadeira guerra, uma violência durante o caos do transito. Os motoristas também não tem tanto cuidado, confiam muito no retrovisor..olham rapidamente e já sentem seguros para mudar de faixa, falam no celular e escutam som alto, esse descuido todo também causa mais raiva aos motoqueiros, na verdade é uma troca de ódio. Eu tendo as duas visões , consigo ser mais sensata, eu de moto sou bem educada com os motoristas e de carro sou 5 X mais cuidadosa com o motoqueiros.

Mas mesmo com toda esse guerra entre motoristas e motoqueiros, esses dias pude presenciar um motoqueiro que ajudava um taxista idoso a trocar o pneu do carro. Queria ter fotografado, pois eles são os que mais brigam entre eles. Com toda certeza esse motoboy perdia tempo e dinheiro enquanto socorria o taxista, já que a maioria ganha por entrega.

Aviso aos Motoristas; pensam que a vida dos motoboys são mais que estressantes, eles nunca sabem se vão voltar pra casa, a pressão da entrega rápida é grande. Pressão que todos nós já fizemos sem perceber..exemplo disso é quando pedimos uma pizza que demora e ligamos reclamando sobre o atraso.Todos nós dependemos hoje dos entregadores de duas rodas. Eles nos possibilitam urgentes entregas, a comida quentinha que chega rápido , o presente do(a) namorado(a) etc etc etc.

E para os Motoboys, sejam mais educados, menos rebeldes, tentam sinalizar mais suas passagens, deixam pessoas atravessarem as ruas. Parem também para deixar um motorista mudar de faixa quando precisa. E não pensem que sempre são vistos nos retrovisores..existe sim um ponto falso.


Não há excesso de liberdade se aqueles que são livres são responsáveis. O problema é liberdade sem responsabilidade"



Eliana Malizia

Nenhum comentário: